Coletivo Força Tururu

Um garoto sentado no terraço de casa, espia acima do muro baixo, esticando o pescoço. De longe ele vê umas pessoas vindo carregando uns troços nas costas, parece ser câmeras de fotografia, diz ele. O calor do meio dia o impede de enxergar melhor, pois as ondas quentes deslizam no universo do ar causando turvas em sua visão. Pouco mais se aproximam as pessoas que ele espiava. É o Coletivo Força Tururu, grita o menino e completa: vocês vão me filmar, é? A gargalhada cai na geral. O menino construiu um pensamento forte sobre o Coletivo, que é um grupo que dá vez e voz às pessoas através de gestos simples de comunicação. Isso é reconhecimento, pensou calado um dos integrantes do CFT. Mais à frente uma moça com o “bucho pela boca”, já nos seus 9 meses de gestação, reclamava para os mesmos componentes do Coletivo Tururu sobre a situação do posto de saúde. Era para ter mais exames! Exclamava a moça de forma desesperada. E eu quero falar! Completava ela de forma propositiva, dize...

Bruno Rafael domingos Lins de Araújo e Luiz Marinho Falcão, mais conhecidos respectivamente como Bruno Raiz e Maquiavel, são moradores da comunidade do Tururu (localizada na cidade do Paulista, região metropolitana do Recife) e apaixonados pela música. O que eles cantam? Rap! E é através da revolução vinda em rimas que eles estão mostrando um pouco de quem são, quais suas bandeiras de luta, sobretudo a valorização comunitária e mandando o recado para muita gente ouvir. Neste início de 2019 organizaram uma turnê por duas cidades: Salvador e Maceió, mas isso só são frutos do acúmulo do trabalho dos dois, que já vêm há tempos cantando rap, animando várias rapaziadas e instigando vários debates sociais através de suas letras. Os dois já gravaram até clipes e são conhecidos e reconhecidos no Tururu e no meio cultural pela dedicação que tem do que fazem e o que fazem de melhor é cantar. Em uma das letras de suas músicas, a pronto para virar o jogo , que até lançaram um clipe, ...

Enquanto Coletivo organizado, muitos desafios são colocados na nossa caminhada, uns  aparecem devido ao acúmulo que conquistamos ao longo de 10 anos, outros procuramos  buscá-lo e a campanha Uma só Vida é um desses desafios que decidimos colocar na rua,  convidar muitas pessoas para ajudar e continuar enveredando no enfrentamento às violências. Em 2017 promovemos a campanha Eu não quero ser o próximo que tinha como objetivo principal trazer à tona um debate em torno dessa juventude, sobretudo a negra, que está morrendo, mostrar que essas pessoas não são indigentes, elas possuíam uma história que precisam ser reveladas também dizer que que  todo esse sistema que nos faz hoje sobreviver e não viver conspira para que mais jovens pobres morram. Com a campanha ganhamos energia, passamos a denunciar crimes e suas histórias mal  contadas, dialogamos com diversos setores de instâncias governamentais, universidades e  sociedade ...