VAMOS VIVER



Somos feitos de carne, osso e energia e a energia é que move o moinho da vida, que permite as relações, interações, as vivências.  Fomos assolados por uma epidemia forte, cortante, que mata diariamente milhares de pessoas queridas, que por muitas vezes não tem nomes, apenas números, para o sistema perverso, mas deixa um vazio enorme quando se vão, sobretudo para aqueles e aquelas mais próximas a estas pessoas: familiares e amigos.

Em paralelo a pandemia sanitária e de saúde, que a covid-19 infelizmente nos trouxe atrela-se a ela também uma crise econômica generalizada, não consegue manter-se os empregos, as pessoas são demitidas, os governos correm para fazer seus ajustes até certo ponto permitido pelo capitalismo, o sistema entra em colapso e estamos tomados por um mundo-caos. Insustentável. Só se pode utilizar de recursos para beneficiar a população até certo ponto, os outros pontos são dos bancos.

Gentes de todos os lugares se unem para garantir uma corrente de energia e solidariedade ajudando as pessoas que mais precisam que estão passando fome, com dificuldades severas agravadas pela pandemia do novo coronavírus. Não se vê mais cor, partido político, apenas a dor do outro que precisa de uma ajuda, de algo para comer, para se proteger. E isso é magnífico.

Nas periferias todos os dias em algum lugar ou em muitos lugares ocorrem doações de cestas básicas, máscaras, instalação de lavatórios, tudo para prevenir e enfrentar esse período de morte, que pode ser de vida também, de muita reflexão e de organização.  Somos chamados de santos muitas vezes por dar comida a quem tem fome, porém quando perguntamos o porquê daquela pessoa não ter comida, somos alvejados de forma ignorante como comunistas, esquerdistas, que estamos de mimimi. É tão triste tudo isso.

Não se pode desassociar uma coisa da outra, aquela pessoa passa forme por um motivo e este vai além da pandemia do coronavírus, é uma crise do capital onde quem paga a conta sempre são os pobres. E no Brasil, um país repleto de desigualdades, temos um agravante, outro vírus, que é o avanço de pensamentos que desconsideram os estudos científicos em detrimento de um debate ideológico, neofascista e de morte.  Somos emparedados todos os dias por grupelhos, milícias digitais que chegam ao cotidiano das pessoas com mentiras, ódio e fakenews.

Continuaremos enquanto Coletivo Força Tururu no front, na prevenção e no enfrentamento à pandemia com ações de solidariedade nas periferias, porém a energia que nos move é o sentimento de apontar quem são os culpados disso tudo, quem paga esta conta e qual nossa responsabilidade e a deles na divisão deste gráfico injusto.

Somos hoje queridinhos de muita gente pelo fato de não pararmos um segundo na articulação, ajudando a quem mais está precisando nesse momento delicado de nossas vidas, onde até pouco tempo atrás, parte dessas pessoas, nos xingavam de esquerdistas e comunistas, como se isso fosse um mal na terra.  Nossa essência não foi mudada, somos seres de reivindicação, nossa luta sempre foi e sempre será por justiça, essa é a maior solidariedade de todas.

Reflitam sempre quem causa tudo isso, quem espalha o mal e quem não liga para a população pobre, quem descarta a vida. Reflitam!

Deixem-nos viver!
Vamos viver!



Coletivo Força Tururu

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