UM CONVERSA COM JONES MANOEL - Coletivo Força Tururu
Entrevistamos
Jones Manoel, 32 anos, um jovem líder, negro, que com seu canal no youtube e
sua luta na sociedade, tem gerado vários debates importantes que estão ajudando
a fazer uma reflexão profunda sobre luta de classes.
Jones
se dizia, na juventude, muito tímido. Fez teatro a partir do incentivo de sua
irmã, teve seu pai assassinado, fez vestibular e passou em história e vendo a
dificuldade de jovens negros da periferia, na comunidade onde morava, resolveu
fazer um curso pré-vestibular para ajudar outras pessoas da favela da Borborema,
no Recife.
Passou
a ouvir Racionais, GOG, Facção, como fonte de inspiração. Sempre se viu sua
vida tendenciada à esquerda. Aos 18 anos teve o seu primeiro trabalho de
carteira assinada; sofreu vários preconceitos, sobretudo por ser negro e pobre.
Vendo
a repercussão de seu canal passou a fazer vídeos falando sobre Marx e mais
pessoas “começaram a chegar” e a ver e ouvir o que ele falava. Posteriormente
lançou um livro onde em um mês vendeu mil cópias e vários artistas e
influenciadores começaram a divulgar o seu trabalho, o que ajudou a ganhar
visibilidade, como: Emicida e Caetano Veloso, por exemplo.
Tem
se envolvido em várias polêmicas nas redes sociais, discussões em torno de
ideias que ele defende, ele mesmo se define como “irônico e ácido”, além de
Leninista e Marxista. Foi por ai que se deu uma conversa de mais ou menos uma
hora e meia com Jones Manoel e nós, do Coletivo Força Tururu. Um papo
descontraído, muito intenso e inspirador.
Há
tempos estávamos buscando ter esse papo com o camarada Jones e foi por
intermédio de Diego Rafael, um antigo amigo de caminhada, integrante do Escambo
Coletivo, da nossa cidade, Paulista – PE, também militante do PCB, que
possibilitou essa conversa bastante instigante que tivemos, num dia de semana,
à noite, próximo do famoso Mercado da Boa Vista, um point gastronômico bastante frequentado pelo povo de luta.
Jones
tem se tornado uma figura importante, porque tem levantado vários debates que
geram reflexões, alguns atritos contra ele, muitas vezes trazidos por pessoas
que pouco o entendem ou, as vezes, fazem questão de querer ignorá-lo tentando
ataca-lo de alguma forma. Com suas
ideias, estudando bastante e se comprometendo com lutas sociais já visitou mais
de 70 cidades no Brasil, seus livros tem estourado e vendido bastante, milhares
de visualizações em seus vídeos, convites para palestras são constantes e hoje,
está candidato, pelo PCB, ao Governo do Estado de Pernambuco.
Na
conversa que tivemos, Jones, trouxe que o PSB se elegeu como esquerda em
oposição à Jarbas Vasconcelos e Mendonça Filho e complementa que todos sabem
que não foi um governo de esquerda. Este partido, inclusive, se apresenta como
progressista apenas em período de eleição, afirmou o nosso entrevistado.
Ele traz ainda que o PCB É um
partido pequeno que vem crescendo a cada ano e está protagonizando várias lutas
e coletivamente o partido decidiu me lançar como candidato ao governo do Estado
de Pernambuco.
Tenho
falado sempre que sou o único candidato ao governo que sabe descer no Cais de
Santa Rita com um VEM (Vale Eletrônico Metropolitano) e consegue voltar para
casa. Falo isso porque todos os outros candidatos são filhos de algum político
e oriundos das elites.
Provocamo-lo a trazer ideias, se fosse
eleito governador:
Jones: Apresentaria um
verdadeiro programa de governo à classe trabalhadora, faria uma auditoria no
Estado, nos últimos anos, principalmente no consórcio de ônibus que temos na
região metropolitana do Recife. E óbvio, iria estatizar o transporte público.
Também
faria um programa de geração de renda, focado na Construção Civil e combate à
fome.
E sobre a esperança?
Jones: “Tudo antes de ser
mudado parece fácil de mudar”, quem diria em 100 anos atrás que muitas coisas
do que parecem absurdo hoje eram tabus e padrões no passado? Tudo isso precisou
mudar, muitas vezes, se não todas, através da luta popular.
Naturalizar
a fome, a falta de moradia, dormir na rua, questões básicas que ocorrem
constantemente no Brasil e parece que tudo está bem. Vai chegar uma hora que vamos vencer tudo
isso, eu, de fato, não acredito nunca, que a burguesia vai vencer sempre.
Talvez
seja fácil a esquerda falar que é necessário dialogar com as bases e, na
verdade, muitas vezes não está sendo feito isso. E, estamos convictos, que a
candidatura do PCB é fazer um diálogo com as periferias.
Canais do Jones Manoel
Youtube:
https://www.youtube.com/c/JonesManoel
Instagram:
https://www.instagram.com/jones.manoel/
Twitter:
https://twitter.com/jonesmanoel_PCB
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