OCUPAÇÃO FLORESTA – Direito à moradia e Comunidade do Tururu

 


Muitas comunidades têm a sua história ligada por um laço estreito à luta pelo direito à moradia. Lotes e posse que foram conquistados a partir de muitas reivindicações, justas, em um país que garante Constitucionalmente este direito, mesmo que, por muitas vezes, no papel e não na prática, mas deve ser assegurado como algo fundamental, de ter um teto, um lar.

 

A Avenida Floresta, uma das principais ruas da comunidade do Tururu (Ah, a comunidade se localiza na cidade de Paulista – PE, no bairro do Janga), foi palco de importantes transformações sociais no território, uma delas é a transferência das famílias e demolição de suas casas que antes haviam neste local para um conjunto habitacional, que fica no mesmo bairro, ação que só foi possível a partir do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, durante o segundo mandato do Governo Lula.

 


Com o Brasil imerso em crises: políticas, sociais, ambientais e econômicas, agravaram-se muitas questões no país, como o aumento de pessoas em situação de rua, o empobrecimento e uma imensidão de gente que foram jogadas à miséria. Com tudo isso, obviamente que o direito à moradia, que é um mote histórico das lutas sociais, permanece em evidência, com uma vastidão de seres humanos sem ter um lar, com poucas condições de alugar uma casa e possibilidade nenhuma de comprar.

 


Com isso, famílias vindas de muitos locais se deslocaram, à procura de um teto, para o Tururu, ocupando espaços, antes livres, na comunidade, justamente na Av. Floresta, que já foi, historicamente no local, ponto de debate sobre garantir moradia à outras famílias nos anos de 2007 a 2010, que ali viviam. O número de novos moradores que chegaram está aumentando a cada momento, hoje já passam de mais de 50 famílias e invisibilizar este povo todo não é o caminho.

 

Há sérios problemas no local porque se trata e uma reserva de mata atlântica, porém há que se cuidar de uma coisa de cada vez e para isso é necessário bastante diálogo, organização do Poder Público, nas suas mais diversas esferas, entender que ali há um problema e que é preciso fornecer a estrutura e políticas de Estado para solucionar o sofrimento social das pessoas, soluções além da truculência já sabida da polícia.

 


O Coletivo Força Tururu vem buscando trabalhar de maneira a ajudar aos moradores da “Ocupação Floresta” (nome provisório, pois ainda não foi definido em Assembleia pelos moradores). Com isso, já foi puxado pelo CFT: Um vídeo para levantar o debate; uma exposição de fotografia chamada “Um Tururu que talvez você não conheça” para garantir que esta luta seja de toda comunidade e não apenas das pessoas que estão na ocupação; um vídeo sensibilizando sobre a importância de abrir os olhos para o local; puxando o diálogo junto ao MTST (Movimento dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Sem Teto); e por fim, porém não será a última ação, a primeira Assembleia de moradores.

 

Há várias possibilidades nesse trabalho todo, de êxito e até, infelizmente, de fracasso, porém a segunda possibilidade só se concretiza se não houver um envolvimento comunitário de entender que uma das premissas de se viver um “território afetivo” é a coletividade, quando se mexer em um, se mexe com todas as pessoas.  Há muito que crescer em todas essas discussões, o número de pessoas que necessitam do direito à moradia e não o possui é estarrecedor, muito pelo fiasco de políticas que foram devastadas nos últimos anos no Brasil e da falta de comprometimento de governos com o povo.

 


A hora de lutar sempre é agora!

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