DUAS CÂMERAS NA MÃO E VÁRIAS IDEIAS NA CABEÇA



A notícia que tanto esperávamos chegou, Tururu! Teríamos agora equipamentos de fotografia para colocar nossas ideias em prática. Trabalhar com comunicação popular e comunitária e essa notícia chegou de duas formas: uma através do prêmio da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, que ganhamos e pela parceria com a Cáritas Alemã, instituição financiadora de projetos da Alemanha.  Acreditávamos mais do que nunca que o Coletivo Força Tururu seria grande, forte e mobilizador.

Com muita força de vontade, se virando do jeito que dava, articulando parcerias, conseguimos montar o nosso primeiro documentário, que se chamou: Tururu: Justiça, Paz e Vida. Mas sentíamos que era necessário mais e que podíamos mais. Por isso lançamos o nosso informativo “ArticulatuTururu” e começamos a mostrar as pessoas da comunidade, dando vez e voz e isso gerou uma movimentação muito legal e de aceitação dos moradores. Encontramos a estrategia, que era fazer com que as pessoas se vissem de uma forma significativa que mostrasse a vida delas e de como isso servirira também de exemplo para mais gente. Movimentar tudo, velho!

Estávamos loucos e loucas para a partir disso tentar outras perspectivas comunicativas. Pois tínhamos um campo, uma laboratório de possibilidades magníficas ao nosso redor... A comunidade do Tururu. Quando chegou a notícia do prêmio da Secretaria Nacional de Direitos Humanos e a parceria com a Cáritas Alemã, investimos quase tudo de recursos que tínhamos para comprar materiais de fotografia: câmeras, rebatedor, refletores, entre outras coisas. E nisso começamos a pautar nossa construção coletiva a partir dos materiais que tínhamos. Agregamos a isso a força das redes sociais e o resto a gente deixou que as pessoas fizesse, dando vez e voz, como dissemos anteriormente.

Começaram inúmeras entrevistas, exposições de fotografias, vídeos com temática social, vídeos mobilizadores, atividades de rua, convites de universidades, construir ideia em cima de ideia, foram muitas alegrias nisso tudo.  O Coletivo Tururu, com duas câmeras na mão e muitas ideias na cabeça, adentrou no universo da comunicação popular e comunitária.

Hoje conseguimos comprar mais equipamento. Criamos mais objetivos consolidados em cima da nossa bandeira de luta permanente que é contra violência e extermínio da juventude, sobretudo da juventude negra. Elaboramos estrategias mais organizadas de publicidade, passamos a conversar com mais gente, a aderir a mais lutas que se assemelham às nossas, a provocar mais grupos e se articular sobretudo em redes.
A sensação da gente é que o Coletivo Tururu tem muito ainda pra crescer e está estimulando muitas pessoas a cobrarem pelos seus direitos e se mobilizarem, a acharem legal a ideia de construir possibilidades de comunicação dentro do bairro onde moram e usar as redes sociais para expandir isso. E é nesse sentido, com essas energias positivas que a gente vai construindo caminhos de vida.

Coletivo Força Tururu

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