Fotocomunicação, Coletivo Tururu e Mega Eventos
O processo de
"construção" do Coletivo Força Tururu tem origem com o 1° curso de fotocomunicação,
em 2012. Em 2014 o curso foi promovido por várias instituições com a ajuda da Caritas
Alemã (instituição da cooperação internacional europeia que financia projetos
sociais). E teve a intenção de ativar jovens da Região Metropolitana do Recife (RMR)
para serem comunicadores para além da grande mídia que não fortalece as ações
em comunidades pobres.
Através de “clicks” dos
adolescentes com as câmeras "Canon 60D- lente 18,55" foi possível
debater a questão da Copa no nosso país e "O que tem por trás dos mega
eventos aqui no Brasil?". Foi forte
o que passamos no jogo do 7x1 contra a Alemanha, porém algo mais forte ocorreu,
para as comunidades, por exemplo... nada ficou, a não ser o vazio de hectares e
mais hectares de terras onde teve remoção de várias casas e pessoas e o pior
7x1 que fotografamos foi a de uma família de 7 pessoas que dormem em 1 cômodo. Os
investimentos foram altos, as propostas de obras... Lindas. Porem, muitas até
hoje não terminaram.
Nas quebradas? Apenas os
disfarces, despejos, derramamento de sangue e lágrima. Tudo pra gente sempre foi difícil. É importante
recorda isso para todo mundo, a copa acabou faz três anos, mas os pesadelos de
sempre persistem.
É... De 2012 à 2017 estamos caminhando
para 5 anos de muitas “correrias”, cortes na nossa carne e muitas reflexões em
cima destas ações e omissões, clicando e revelando, ampliando e expondo, assim
identificando os irmão e irmãs, o lixo que é jogado sobre nós e o luxo que só eles
que querem viver. O Fotocomunicação que
o Coletivo Força Tururu abraçou como linha de atuação nos ajuda a vivenciar
experiências únicas.
Desde nosso inicio sabemos que
não podemos mudar nada sozinhos e assim como a câmera tem seus componentes e
mecanismos para registrar uma imagem, o Coletivo Força Tururu não quer ser
empurrado ladeira abaixo, quer ajudar a você a subir a ladeira, mas não te
levando nos ombros e sim caminhando juntos e juntas.
Queremos ecoar a voz da juventude
que é marginalizada, projetar as imagens dos jovens que são ofuscadas, e
mostrar o que tem ou nos restou da grande fachada que foi a Copa do Mundo para
o Brasil. Aperte o “pitoco” que tem em você e no ser mais próximo para ativá-lo
também.
Mova-se! Não vamos esperar o
coelho sair da cartola, não vamos esperar alguém plantar a árvore da sombra
revolucionária.
Eu...
Tu…
Nós podemos "ser o
próximo" a ativar novas pessoas para novas lutas, não basta a câmera na
mão e uma ideia na cabeça, temos que ir à campo e decidir a partida diária, e
não deixar nenhuma insatisfação nos consumir ou o sono ou a fadiga nos de
desanimar.
Mega eventos sempre viram, seja
uma greve geral, partida de futebol, atos contra a corrupção ou a perca de mais
uma irmã ou irmão por falta de políticas publicas .
Vamos ficar ligeiros, de butuca nas esquinas, aproveitando
as oportunidades de um click feliz, para não continuar sendo o negrinho em baixo
da mesa apanhando as migalhas.
Por Cidicleiton Luiz (Integrante do Coletivo Força Tururu)
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