UM DIA DE CORRERIA

“Correria” na linguagem popular significa ir atrás, tentar algo, é ser instigado a produzir alguma coisa, tipo: “vou ali fazer uma correria pra conseguir levantar grana para feira de casa esse mês”, que em outras palavras é tentar um biscaite, um emprego temporário para levantar recursos a fim de ajudar em casa.  A palavra “correria” é forte e forte também são seus significados e foi ela, também, que nos inspirou a fazer esses “corre” para contar histórias reais através da fotografia.

O novo quadro que o Coletivo Tururu está promovendo pelas ruas do bairro consiste em passar um dia com pessoas da comunidade que trabalham duro para ganhar o pão suado. A ação consiste em uma entrevista e registro fotográfico. As pessoas são escolhidas por serem bastante conhecidas e exemplos de luta para muitas pessoas. O registro de um dia de correria é feito pela nova geração que está entrando no Coletivo Força Tururu, gente nova que foi formado a partir do curso de fotocomunicação promovido pelo CFT neste ano de 2017.

O primeiro escolhido foi Seu Luís, de 62 anos, trabalha vendendo frutas e verduras há 33 anos. Na sua infância foi cortador de cana e limpador de matos, começou a vender frutas e verduras para poder sustentar a familia. Começou a trabalhar com 8 anos de idade e casou aos 25 e hoje está há 37 anos casado. Ele sai de casa às 07h da manhã e volta às 14h da tarde . Seu Luis tem 2 filhos (casal) e sua renda é de um salário mínimo. Seu sonho, como empreendedor, é “subir na vida”, segundo o próprio fala, pois já sofreu tanto que um dia queria poder se sentir com condições financeiras melhores.

O objetivo é dar rosto a essas pessoas que dão o maior duro na comunidade, que lutam por condições de vida melhor e que em muitas vezes não conseguem se expressar porque as oportunidades não foram dadas. Fomos à procura dessas pessoas que estão na comunidade do Tururu e a lição de vida que obtivemos foi bastante gratificante, histórias de sofrimento, de luta que servem para caminhada de muita gente. Essas pessoas guerreiras precisam ser ouvidas, elas vão ser ouvidas se depender do Coletivo.


Todas estas ações que são desenvolvidas elas possuem alguns objetivos específicos, o primeiro diz respeito a valorização comunitária e o segundo para redução da violência.  A metodologia consistiu em duas duplas ficam responsáveis por duas pessoas e acompanhá-las durante um dia, batendo papo informal e fazendo registros escritos e fotográficos. Ao final o trabalho ficou muito bom e deve ser valorizado ainda mais porque foi produzido por essa juventude que está entrando no Coletivo Tururu e está sendo formada como agentes políticos de transformação, multiplicando diversas possibilidades de luta que partem de um processo endógeno, de dentro para fora, cujo principais atuantes são os moradores da comunidade, de onde, verdadeiramente, deve partir a luta.

Esperamos que as tantas histórias que contamos aqui, as vezes que fizemos provocações, tenham sido fontes iluminadas de esperança para que muita gente possa fazer as suas correrias, de maneira individual, as vezes, mas, sobretudo, de maneira coletiva sempre.

Se quiser saber mais acompanha no nosso facebook: www.facebook.com/coletivo.tururu

Se escrever textos pro nosso blog envia pro nosso email: coletivotururu@gmail.com

Por: Coletivo Força Tururu


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CAMPANHA: PAULISTA, TERRITÓRIO NOSSO!

O MURO DA VERGONHA

DOCUMENTÁRIO ABORDARÁ O DIREITO À CIDADE EM PAULISTA