MERILIANA, UMA ATRIZ DO TURURU PARA O BRASIL

 


Meriliana Monteiro da Silva, de 27 anos, uma atriz, que foi nascida e criada no Tururu. Ela diz que morar na nossa comunidade lhe enche de carinho e de amor e complementa: “nem se fosse rica eu sairia daqui, amo demais”.

É nesse papo descontraído, cheio de afetividade, que tivemos a conversa essa jovem potente!


Coletivo Força Tururu: Quando surgiu esse seu lado de atriz?

Meriliana: Então... Desde criança, sempre gostei de atuar, mas atuava em casa. Assistia novela, e a minha preferida era Mulheres de Areia. Quando acabava eu pegava meus bonequinhos, montava como se estivesse fazendo uma cena e começava a encenar dentro do meu quarto.

Ficava olhando para o espelho, conversando comigo mesma. Acho que desde pequena sempre tive um lado artístico. Mas como apareceu a oportunidade de fazer um curso, na época, eu não tinha condições, e minha mãe também não.

Quando apareceu a oportunidade, eu fiz, no TeatrAlisar, com o professor Felipe Endrio. Foi um curso de seis meses e, desde então, não parei mais.



Coletivo Força Tururu: Fala um pouquinho do curta que você teve participação encenando, As Madrugadas de Recife, e qual foi o seu papel nele.

Meriliana: É um filme que fala sobre a vida urbana na cidade de Recife e a violência que a gente sabe que existe. Eu fiz o papel de uma prostituta chamada Carla, que é bem braba. Ela tem uma amiga chamada Rita, que tem o sonho de encontrar um homem rico, mas a Carla não. Ela gosta do trabalho dela.

O filme também aborda a história de Michelle, que é protagonista, uma mãe solteira que, ao ficar desempregada, se vê obrigada a se prostituir para sustentar as filhas. E ela se via sozinha, deixava duas crianças em casa para ir atrás do seu sustento. Quando Carla encontra Michelle no ponto que considera ser dela, ela expulsa Michelle na base da faca. Michelle, ao tentar fugir, ela sai do ponto, encontra um cliente por acaso e faz um programa com esse cliente e acaba tendo uma discussão corporal. E ela acaba apanhando também e pegando a arma desse cliente e atirando para sobreviver.

Porque a gente sabe que no mundo da prostituição acontecem muitos abusos, né? E ela acaba matando esse rapaz e voltando para casa, ligando para as filhas.

O curta é muito dramático, fala sobre violência de forma pesada e retrata realidades duras. Eu mesma chorei ao assistir, pois é uma cena muito forte e realmente retrata a vida de pessoas que estão nesse meio.

 


Coletivo Força Tururu: Você pretende atuar em mais projetos audiovisuais?

Meriliana: Acho que eu quero ingressar para o cinema, quem sabe, fazer um curso para esse lado. Também gosto do teatro, mas eu acho que gosto mais do lado cinema.


Coletivo Força Tururu: Qual o seu sonho?

Meriliana: Meu sonho? No artístico, é participar de um grande filme. Quem sabe em Hollywood? Sonhar alto não é demais, né? Quem sabe um dia participar de filmes de grandes diretores como Christopher Nolan, que já ganhou o Oscar. Mas é isso, é um dos meus sonhos. Pretendo, né? Quem sabe?

 


Meriliana é uma jovem que tem sonhos e sonhar é importante neste mundo desigual, ainda mais sendo negra e moradora de comunidade, mas, dentro dela persiste um projeto de vida, um sonho, vários objetivos que ela quer conquistar e deve pensar assim mesmo, numa perspectiva positiva e cheia de esperança.

Você pode contribuir com o trabalho dela, basta apenas segui-la no instagram e isso dará uma super força: https://www.instagram.com/merilianaolacc/

 

Logo mais o curta, em que ela participou, estará disponível para todas as pessoas assistirem.

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