MOSQUITOS, DENGUE E CHIKUNGUNYA, AS ARBOVIROSES TEM PREJUDICADO A VIDA DOS MORADORES DO BAIRRO DE PASSARINHO
Por: Coletivo Força Tururu
O bairro de Passarinho é dividido entre as cidades de Recife e Olinda. Nos últimos anos sofreu um “boom populacional”, com a expansão territorial, com pessoas indo morar em áreas que antes eram de mata.
A oferta de serviços públicos não acompanhou esse crescimento populacional e o que ocorre hoje é que a escola do bairro não suporta a população, os postos de saúde são insuficientes para a demanda, não tem uma escola de ensino fundamental II e médio, os estudantes a partir do 6º ano precisam se deslocar para outros bairros para manter-se estudando.
O bairro, infelizmente, não possui área de lazer, não tem área de convivência. A água é um problema para praticamente todo o bairro, mas, mesmo assim, apesar disso tudo, a população faz de Passarinho um bairro pulsante, especial de se viver e cria suas próprias alternativas.
Neyl Armstrong, que morou no bairro por décadas nos diz que: “o local é feito por gente forte, que não espera as coisas acontecerem, vai lá e faz. Passarinho começou como um bairro planejado, principalmente na área da Vila Nossa Senhora da Conceição, que é o centro, da parte de Recife. Todo mundo quer e deseja um bairro melhor e essa é a luta também dos moradores, de quem ama o local e quer ver um Passarinho melhor”.
E, além de tudo isso, o bairro de Passarinho tem enfrentado outro inimigo, minúsculo, porém com muita força: os mosquitos, que causam as arboviroses, algo que tem crescido na localidade devido ao acúmulo do lixo, desmatamento e as mudanças climáticas.
Dona Maria Isabel diz que se sente bastante incomodada com a situação do bairro e fala que o rio está sujo, várias pessoas pegando dengue. Ela fala que sempre tomou banho no rio que corta Passarinho, mas que hoje é impossível fazer isso. Na conversa Dona Maria se emocionou, aos prantos, lembrou o rio como um local de divertimento, onde a sua mãe lavava roupas.
Vandileuza Ramos diz que contraiu Chicungunya e tem várias sequelas devido à doença, com dores intermináveis nas pernas, nos braços, o que tem prejudicado seus afazeres domésticos no dia a dia.
O Coletivo Força Tururu tem acompanhado a Poupança Comunitária e a Rede Interação, que tem desenvolvido ações no território com foco nas mudanças climáticas, mapeando as áreas em que as arboviroses tem causados mais prejuízos a população para que isso se torne um relatório a partir de um mapeamento do bairro. O CFT tem contribuído na parte da comunicação, no qual está construindo, juntamente com jovens, uma exposição de fotografia e alertas sobre este grave problema no local.
Edicléia Santos, do Grupo Espaço Mulher de Passarinho, nos trouxe que este coletivo que ela participa, é composto por mulheres negras e faz um diferencial na comunidade. Além de debater várias temáticas está trabalhando agora em parceria com outras organizações e atuando no território para o enfrentamento das mudanças climática, algo que já vem sendo feito desde 2022, ano em que ocorreu uma grande enchente na localidade que prejudicou todo o bairro.
Esses grupos reunidos, atuando em parceria irão organizar documentos e ações que geram incidência, para cobrar dos governos posicionamentos e melhora das políticas públicas na cidade. Quando há impactos relacionados às mudanças climáticas, as primeiras pessoas a sentirem isso são às moradoras de favelas, negras e pobres.
Você pode acompanhar todo o desenvolvimento do projeto através do site da Rede Interação - https://redeinteracao.org.br/ ou pelo seu instagram https://www.instagram.com/redeinteracao/ .E o Coletivo Força Tururu continuará contribuindo na construção de lutas sociais nas periferias a partir da comunicação, formação e incidência.
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