ENTREVISTA COM CIDI, COMPONENTE DO COLETIVO TURURU

O Coletivo Força Tururu traz uma entrevista com um de seus componentes, Cidicleiton Luiz, 30 anos, ou Cidi, como é conhecido, é arte-educador, um dos fundadores do CFT. Começou sua atuação social junto ao movimento Hip Hop e ao Grupo de Jovens ligado à Pastoral da Juventude do Meio Popular, hoje é um das grandes referências no município do Paulista no debate em torno da comunicação popular e comunitária e um grande ator social, engajado na luta de construções por comunidades livres, autônomas e ativas.

1) Cidi, quais são os maiores problemas que a gente vive nas comunidades pobres do Brasil na sua opinião?

A opressão preconceituosa externa, seja por meios da comunicação (radio, televisão) e até mesmo pela internas através da redes sociais neste caso alguns moradores é quem alimenta o sentimento e pensamentos negativo. Desta forma também dando brecha para que alguns estabelecimentos na hora de contratar o profissional o despreze.

2) O que a gente tem que fazer para vencermos esses problemas?

A opressão só deixará de acontecer se houver uma mudança de dentro para fora, se o povo fizer um cavalo de troia para essa mídia que nos enoja e não representa a classe pobre. Temos que nos auto organizar para que quando cheguem querendo falar de coisas ruis possamos nos recusar e contrapor o fato ocorrido. Essa mesma organização tem que acontecer dentro de cada pessoa com o celular na mão diante dos fatos que nos dar títulos ruins. Aconteceu aqui, aqui podemos tratar.

3) O que você tem feito para que isso mude?

Venho fazendo um trabalho de luta social também a partir de muita força individual. Trocar uma ideia com um vizinho na rua parece não ser nada, mas funciona e cria relações comunitárias, que possibilita que eu seja uma pessoa de referência para diversos assuntos que envolve a vida da comunidade, que passa pelo convite para entrar na casa de alguém, o posto de saúde que não tem medico ou atendimento, o lixo que se encontra na rua e invadindo o plantio de arvores que também foi feito por mim junto com o Coletivo Força Tururu.



4) Poderia dizer quais são os principais desafios pra enfrentarmos estes problemas e porque?

O diálogo. Temos que acima de tudo manter-se em diálogos para que quando formas opressoras vierem bater de frente possamos trocar umas ideias “sem descer do salto” que possamos ser Black bloc (protege os que vem em macha) e assim se abastecer de experiências para formar nossa molecada, que precisa de muita ajuda e suporte.

5) Qual teu sonho, velho?

Ver a comunidade que moro (minha comunidade) dialogando entre si e trilhando seus caminhos, resolvendo seus perrengues. Quando falo “a comunidade dialogando entre si” é a interligação entre as ONG´s, escolas, religiões, posto de saúde e os cidadões e as cidadãs todos fazendo algo sem deixar que os interesses para o ganho pessoal tome de conta dos diálogos e encaminhamentos do melhor para todxs. Voltar e concluir o ensino superior (jornalismo) tambpem é meu sonho, pois acredito que posso contribuir com uma comunicação comunitária direta e unificada.



6) Há esperança pra esses sonhos serem realizados?

Sim, pois o acreditar está no caminho, não no fim.

7) Como tu vê o Brasil daqui a 10 anos?

Nós fomos criados e acostumados a servir ou seguir os bons exemplos que não é o de rebeldia libertária, tínhamos que seguir os exemplos que nos deixe sempre no lugar oprimido, com o fardo nas costas, com alguém(opressor) regendo as musicas que podíamos dançar. Agora as pessoas percebem que já não dá mais para ficar apenas esperando o maestro botar a musica, queremos Swigueira, hip hop, forró, estamos aos poucos “sabando na cara” dos opressores, dizendo que também somos pessoas de direitos e que lembramos dos nossos deveres.
Futuramente espero que não vivamos mais numa política de vida tão centralizada dos ricos para os ricos, por isso queria ver uma melhor distribuição de renda no meu país, no mundo.
8) O que é o Coletivo Força Tururu pra tu?

Um símbolo de resistência que percorre rios de revolução a partir do individuo e de diálogos entres forçar ativas como corais durante a maré seca, um acender de luz, o pisão num espinho em terra firme.

9) Como o CFT pode ajudar a enfrentar esses problemas? E conquistar esses sonhos?

A força presente no nome e em cada um dos integrantes, da mais nova ao mais velho, tem sua potencialidade, basta serem sabidxs na hora certa de usar, serem como as lentes fotográficas, que captura, manda para um processador e depois para a memória, gravando e trabalhando assim em conjunto dentro de sua potencialidade. E é pensando nesta estrutura que todos me fazem aprender algo diante das suas contribuições e preparando meu corpo e sabedoria para aguentar caminhadas arduas.

10) Que mensagem final poderia ser dada agora?

Não adianta apontar(falar) que a comunidade não vai, não faz, não quer. A comum unidade somos todos e todas nós, então fale, defenda os espaços da comunidade como o da sua casa, mas sem perder a PAZ nem a força da JUSTIÇA!
Abraço negro pra todos e todas!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CAMPANHA: PAULISTA, TERRITÓRIO NOSSO!

O MURO DA VERGONHA

DOCUMENTÁRIO ABORDARÁ O DIREITO À CIDADE EM PAULISTA