RUA SÃO PEDRO (O Beco do Mussum)
Por Coletivo Força Tururu
Esgoto
a céu aberto, mau cheiro, risco frequente de arboviroses, essa é a cena que por
muitos anos, talvez décadas, prevaleceu na rua São Pedro, no Tururu, conhecida
popularmente como “Beco do Mussum”, mas sim, finalmente saiu a obra de
pavimentação e asfalto do local o que pegou muitos moradores da comunidade de
surpresa.
Em
2006 foi implementado na Cidade do Paulista (PE), o PAT PROSSANEAR, que era um
programa do Governo Federal, financiado pelo BIRD (Banco Internacional para
Reconstrução e Desenvolvimento), ligado à ONU, que previa a requalificação
urbana de territórios municipais, a partir de projetos de saneamento integrado
completo, contendo abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem,
resíduos sólidos, sistema viário, habitação, urbanismo, arquitetura. Na cidade
a empresa responsável pelo desenvolvimento dos trabalhos foi a ENGECONSULT.
Pois
bem, o programa garantiu a pavimentação de várias ruas do Tururu, o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), juntou-se como política governamental e
auxiliou na remoção das famílias da Rua Floresta, sendo colocadas no Conjunto
Habitacional Dom Hélder, mas esgotamento e saneamento básico tiveram sérios
problemas de falta de conclusão, no que gerou em diversas partes das obras sem
ser finalizadas.
No
trabalho de pavimentação das ruas, a São Pedro (conhecida como Beco do Mussum),
ficou faltando ser pavimentada, pois, segundo representantes da Prefeitura na
época haviam três ou quatro postes no local que precisavam ser retirados. A
remoção deles foi solicitada a antiga CELPE (hoje Neoenergia), porém o processo
demorou. Quando finalmente foram
retirados, a pandemia começou, e a empresa responsável pela obra já havia
saído. Posteriormente, o projeto foi revisitado pela Prefeitura e a Rua São
Pedro foi incluída no planejamento.
Sobre
a questão do esgoto, os representantes da Prefeitura responderam que ele jorra
na rua, devido a não haver nenhum ponto de captação adequado. Atualmente, o
esgoto está preso na região do Tururu. Para resolver esse problema de
esgotamento, é necessário construir estações elevatórias. Serão quatro
estações, sendo uma principal, responsável por captar todo o esgoto. No
entanto, o lençol freático é muito alto, o que dificulta o início da
construção, já que envolve escavações profundas de até nove metros. Esperamos
começar as obras em setembro, com uma movimentação significativa, e prevemos
que a execução total possa levar de seis meses a um ano.
O
problema nas ruas São Francisco e São Pedro ocorre porque a Rua São Francisco
recebe a Bacia 2, tanto de esgoto, quanto de águas pluviais. Há grades de
captação (bocas de lobo) em ambos os lados da rua, mas estão entupidas e
assoreadas. Isso faz com que a mistura de esgoto e água de chuva não seja
devidamente drenada, acumulando-se nas ruas. Com a obra na Rua São Pedro, a
situação na Rua São Francisco será aliviada, pois a São Pedro estará em um
nível mais alto e não receberá as águas da São Francisco. Além disso, faremos a
ligação do poço existente na esquina da São Francisco com o da Avenida
Floresta, desobstruindo as grades. Entretanto, essa parte do trabalho é de
responsabilidade de outra secretaria. Vou solicitar ao secretário responsável
que utilize o hidrojateamento para desentupir as passagens.
Fernando,
que é morador do local, diz que o “ o esgoto à céu aberto, traz muitos
mosquitos e doenças às crianças, que ficam sempre intoxicadas e que mora na Rua
São Pedro há 15 anos e há 38 anos no Tururu e diz que sempre foi assim, cheia
de problemas”. O que revela um descaso
de muitos anos, algo que vem afetando a vida e a rotina dos moradores da
comunidade.
Segundo
Nelson, que é fiscal da obra, nos detalhou que “as obras já começaram no dia 1º
de julho, com previsão de conclusão até o final de Outubro. Além da instalação
da rede coletora de esgoto de 150 mm em PVC, que complementa o que já existe,
também será feita a drenagem com tubulação de concreto de 60 mm”. Ele ainda conclui
dizendo que “já foram concluídas a drenagem principal, restando as transversais
de 40 mm, que incluirão pontos de captação ao longo dos meio-fios. Em cada casa
será instalada uma caixinha independente para coletar o esgoto e direcioná-lo à
rede principal. Essa rede levará o esgoto para a Floresta, de onde será
bombeado para a Estação Elevatória 5, localizada na Rua Cumaru, no Loteamento
Dom Hélder. De lá, o esgoto será enviado para o Engenho Maranguape”.
Muitos
moradores do Tururu tem ressaltado que a Obra pode prejudicar o meio ambiente e
trazer inundações para o local, porém Nelson diz que “gostaria de destacar que
essa obra não prejudicará ninguém. Há um planejamento cuidadoso para beneficiar
ao máximo a comunidade e a população. Embora não seja um processo rápido, é
certo que será concluído, resolvendo assim as questões de saneamento básico
nessa área”.
O
Coletivo Força Tururu encaminhou ofício à Secretaria de Obras da Cidade do
Paulista, a fim de que haja um pronunciamento oficial por parte da Prefeitura
às perguntas que foram feitas à gestão, tendo em vista que a pavimentação e
esgotamento do local é importante, mas, se, de fato, responde a todos os
critérios para que não agrida o meio ambiente nem a vida das pessoas.
Este ofício também visa esclarecer outras questões importantes, tendo em vista que há relatos de moradores de que as obras está prejudicando a creche e uma parte do Instituto Dom Hélder, na comunidade, foi interditado, pois uma parede rachou e a base do prédio está exposta. E também foi trazido que a estação que será construída na mata irá prejudicar a Ocupação Floresta.
Iremos acompanhar o desenrolar das obras e retorno aos nossos questionamentos.
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